segunda-feira, 26 de junho de 2017

Física Radiologica

1.0 Os Raios de Hermann e Roentgen

- Esta aventura começa bem longe de casa, Diretamente na Alemanha.


Você conhece o físico, matemático e médico alemão, responsável enunciação da lei matemática da conservação de energia (1847)?

-Bom, ainda não; sabe de quem se trata? - Este mestre que estamos procurando. é o famoso Hermann Ludwig Ferdinand Von Helmholtz. Também foi o inventor do oftalmoscópio (1851), dentre diversas outras descoberta foi este cidadão quem fez a previsão teórica da existência dos roais-X. Com tudo. Von Helmholtz, faleceu em 1894 sem saber que, no ano seguinte, sua previsão seria confirmada experimentalmente por um compatriota seu: um professor de física da Universidade de  Würzburgo chamado Wilhelm Conrad Roentgen, então com 50 anos de idade, estudava as descargas elétricas através de um tubo de raios catódicos.























Não se assuste com o nome, você já deve ter visto um tubo de raios catódicos. Os televisores antigos são um exemplo, pois utilizavam estes tubos. A imagem na televisão era produzida pelas colisões de um feixe de elétrons (os raios catódicos) na tela que, por ser pintada com substancia fluorescente, ficava iluminada nos pontos de colisão. Para que a imagem preenchesse toda a tela da TV, o feixe de elétrons era adequadamente desviado por campos eletromagnéticos, fazendo, assim, a varredura da tela na vertical e na horizontal.


Voltando para os estudos de Roentgen. Como já citado, ele estudava descargas elétricas através de um tubo de raios catódicos, e, em teste, ao aplicar uma diferença de potencial de algumas dezenas de quilovolts entre os eletrodos do tubo, percebeu uma fraca luminescência na tela. No lugar dele, o que você, é você mesmo faria para observar melhor esse fenômeno brilhante? - Acho que levaria o aparelho ou melhor o tubo para o escuro, certo? Ou, simplesmente, escureceria o ambiente no qual o tubo/aparelho encontrasse para que a luminescência ficasse em destaque, não é mesmo?


Pois foi exatamente isso que Roentgen fez, Assim que o físico apagou a luz, ele se deparou com uma nova surpresa: uma placa de vidro , que estava aproximadamente um metro distante do tubo, também estava apresentando a luminescência! Como algo assim era possível? Foi tal pergunta que o nosso físico se fazia,  afinal, embora a placa de vidro estivesse naquele momento coberta por um platino cianeto de bário, substancia essa possível de luminescência quando exposta a um ma certa quantidade de energia, Ela estava como já citado a um metro de distancia da ampola, Pode até ser uma distancia pequena para uns mais na física ainda mais as das radiações é uma distancia considerável, pois, estudos dos raios catódicos mostra que a capacidade de penetração desses raios no ar é de poucos centímetros. Então, como eles poderiam alcançar a placa de vidro a um metro de distância?

Roentgen estudou esse fenômeno, e realizou diversos testes de diversas maneiras.
- A primeira ação que o físico fez, foi cobrir o tubo de raios catódicos com papel preto, minimizando a quantidade de raios catódicos que podiam atingir a placa de vidro. E para não citarem que esses fenômeno ou este efeito na placa de vidro distante do tubo, poderia ser apenas um reflexo, saiba que o mestre Roentgen matou "matou dois coelhos com uma cajadada só" pois mesmo cobrindo o tubo catódico, a placa de vidro a um metro de distancia do tubo continuava a luminescer.

Roentgen começou a colocar objetos entre a ampola e a placa de vidro: colocou um livro, madeira, uma folha de alumínio e etc; e a placa continuo a luminescer! E  todos os teste apenas foram uma base, para que Roentgen chegasse a conclusão e nos também que, os raios emitidos pelo tubo pudesse atravessar qualquer coisa, principalmente o corpo humano. Ele era cuidadoso em sua pesquisa, e já sabia que os raios catódicos (feixes de elétrons) não poderiam ser responsáveis por esse fenômeno, uma vez que, como já dissemos o seu poder de penetração na matéria era muito pequeno.

Foi então que Wilhelm Conrad Roentgen concluiu que o tubo de raios catódicos emitia algo além desses raios. Tratava-se de outro tipo de raio, ainda desconhecidos, Estes eram mais potente que os raios catódicos, sendo capazes de penetrar a matéria (inclusive o nosso corpo anatômico) e interagir/impressionar filmes fotográficos. Esses raios foram batizados de raio-x e foi sim, umas das maiores descobertas humana tanto para física como para a medicina diagnostica, assim que esses raios-x permitiam a contrução de imagens para observar o interior do corpo humano.

Roentgen já com 50 anos foi o primeiro homem que tirou uma radiografia, estávamos em 22 de Dezembro de 1895 45 dias após sua descoberta, expondo a mão de sua esposa durante 15 minutos a esses raios.

Com tal descoberta o nosso mestre Roentgen foi agraciado com um Prêmio Nobel de Física, em 1901, sendo ele o primeiro físico a receber tal honra. Claro que foi por méritos do mesmo. Mais diga-me se Hermann físico que citamos a pouco, tivesse sobrevivido alguns anos sera que Roentgen seria o detentor de tal descoberta? Bom não dá para saber mais quero deixar gravado que ambos são incríveis e se hoje você está lendo este artigo é por causa desses dois mestres. 
1.1 Os Raios de Becquerel

Apos um um ano da descoberta dos raios-X no início de 1896 surgiu um outro evento muito importante para o estudos das radiações. Desta vez na frança. O então professor de Física da Escola Politécnica de Paris, Antoine Henri Becquerel, com 44 anos à época, viria a fazer uma comunicação à Acadêmia de Ciências de Paris naquele ano.


Henri Becquerel, nasceu no que podemos nos referir, em um "berço da ciência", pois seu avô, Antoine César Becquerel, membro da Royal Society, contribuído para o avanço da eletroquímica, propondo um método eletrolítico para extrair metais de minas. E também termos: o pai de Henri, Alexandre Edmond Becquerel, além de lecionar Física Aplicada, realizava pesquisas sobre fosforescência e radiação solar.


Henri Becquerel, dando continuidade ás pesquisas de seu pai com substâncias fosforescentes, ou seja, que absorvem luz e depois reemitem-na para o ambiente, resolveu depositar sal de urânio (sulfato de urânio) sobre uma chapa fotográfica. Embrulhou o conjunto com papel preto e, depois, deixou esse arranjo vários dias exposto à luz do sol. Ao revelar a fotografia, notou que a posição ocupada pelo mineral sobre a chapa ficou marcada com manchas escuras.

Ele continuou repetindo sua experiência, até que o acaso o pegou de surpresa: um dia, o céu estava nublado! Becquerel então guardou então seu material de pesquisa (sal de urânio sobre uma chapa fotográfica) em uma gaveta, ficando logicamente mais protegido a luz, no escuro.

Abaixo a chapa fotográfica feita por Henri Becquerel mostrando efeito da exposição à radioatividade.

Quando ele revelou esse filme, esperando procurar poucas manchas escuras devido à pequena quantidade de luz que chegaria a chapa fotográfica dentro da gaveta (luz difusa), e ao pouco tempo de exposição a essa luz, deparou-se com manchas ainda mais escuras do que aquelas que já tinha obtido com a exposição do conjunto ao sol.

Intrigante, você não acha? Um filme fotográfico escurece na medida em que é atingido por raios luminosos; é por isso que as câmaras de revelação são câmaras escuras, ou seja, para garantir a qualidade da imagem que será revelada. Você deve, então, perguntar-se: e as cenas que vemos nos filme de detetives, revelando fotografias em quartos com luz vermelha? Lembra-se que as fotos reveladas são sempre em preto e branco. Nesse caso, o papel filme utilizado é pouco sensível à luz monocromática vermelha, e, por isso, não sofre danos na presença da mesma.

Mas voltando ao caso de Becquerel: como poderíamos explicar o fato de um filme fotográfico razoavelmente protegido da luz, apresentar manchas escuras intensas? Bem, se a luz externa à gaveta entra na mesma em pequena quantidade, então temos que excluí-la como causa provável. Resta-nos então examinar o interior da gaveta: haveria algo "luminoso" dentro dela para provocar tal efeito? O que você leito acha?
Antoine Henri Becquerel concluiu que esse evento só poderia ser explicado pela emissão espontânea de raios do próprio sal de urânio. Em outras palavras, o sal de urânio deveria emitir algum tipo de raio que sensibilizava a chapa fotográfica. Becquerel comunicou a Academia de Ciências de Paris sobre suas conclusões  em março de 1896, e passou os dois anos seguintes estudando as emanações do urânio.

Ele mostrou que as emanações do urânio não reduziam com o tempo, e que apresentavam características similares àquelas observadas nos raios-X, ou seja, eram mais potentes que os raios catódicos, eram capazes de atravessar a matéria (inclusive o corpo humano) e conseguiam impressionar filmes fotográficos. 
A natureza dos raios de Becquerel seria ainda assunto a ser explorado por cientistas ao redor do mundo, sendo dois deles, e de grande destaque:  Madame Curie, na França, em 1897, e Ernest Rutherford, no Canadá, em 1898.

Essa História está ficando cada vez mais empolgante, claro, o mundo da física é assim.

1.2 Madame Curie e os Elementos Radioativos

Respeitando a lei da ordem cronológica, começamos, de todo modo, pela incrível jornada da Madame Curie.
Foi no final do ano de 1891 que uma jovem polonesa com 24 anos. de total talento para os estudos matemáticos e científicos, chegou a Paris para estudar na Sorbonne, Seu nome? Maria Sklodowska.
Eis um fato! Você deve está se perguntando, Sklodowska. Sim! pois ela só passou a ser chamada de Madame Curie em 1985, quando se casou com o cientista Pierre Curie, de 36 anos, descobridor do fenômeno da piezoeletricidade, em parceria com seu irmão Jacques.

Fique esperto 

O termo Piezo vem do grego e significa pressão. Logo piezoeletricidade é "eletricidade por pressão". Alguns cristais têm a propriedade de produzir eletricidade quando estão sob pressão. Esses mesmos cristais, quando submetidos rapidamente a uma diferença de potencial (tensão elétrica), vibram, e esse comportamento pode ser aproveitado tecnologicamente em microfones e toca-discos.

já quando chamada de Madame Curie, a mesma escolheu estudar/pesquisar, para a tese de seu doutorado, que iniciou em 1897, a natureza dos "raios de Becquerel. Porem, logo se desviou do cominho inicial de seu trabalho e foi guiada por uma nova questão: seria o urânio o único material capaz de emitir os "raios de Becquerel"? Arriscaríamos dizer que ela acreditava que não, e que apostava na existência de outros matérias com as mesmas propriedades. Tanto que ela passou a procurar outras substâncias que emitissem os "raios de Becquerel".


Nessa procuram, Madame Curie encontrou primeiramente o tório, que emitia raios similares aos observado no urânio, de forma espontânea e com intensidade próxima à da emissão do mesmo. Tal descoberta confirmou suas hipótese inicial, inicial, e lançou-a em uma busca mais apaixonada ainda. Dessa forma. em 1898, estudando a 
pechblenda (é uma variedade, provavelmente impura, de uraninita. Dela é retirado o urânio, que é constituinte de muitas rochas. É extraído do minério, purificado e concentrado sob a forma de um sal de cor amarela, conhecido como "yellowcake". Yellowcake significa, literalmente, “bolo amarelo”). e com os estudos de Marie, constatou que sua radioatividade era muito alta para seu teor de urânio. Como você imagina que isso seria possível?

Pensando nisso, Madame Curie, concluiu que na pechblenda deveria haver outros elementos radioativos, além do urânio, e que este deveria ser ainda mais radioativos do que o tório e o próprio urânio. Ela publicou essas ideias no artigo Raios emitidos pelos compostos de urânio e tório, de abril de 1898.
Em meados desse mesmo ano, ela e seu marido. Pierre Curie, agora associados no estudo das radiações, sugeriram um nome para este elemento desconhecido da pechblenda: polônio, em homenagem ao país de origem de Marie.
Depois de uma serie de separações químicas, conseguiram isolar e confirmar a presença do polônio na pechblenda, além de verificar que esse novo elemento tinha uma atividade radioativa 400 vezes maior que a do urânio. E foi também a partir pechblenda que eles encontraram mais um elemento naturalmente radioativo, ao qual denominaram rádio.

E os trabalhos de Marie Pierre Curie não acabaram por aí!
Em seu laboratório, em um galpão pouco conservado, sob condições precárias. Madame Curie separou 100 mg de cloreto de rádio de várias centenas de quilos de pechblenda, determinou a massa atômica desse elemento e, ainda, verificou que ele era naturalmente luminoso. 

Por merecimento, tome mais conhecimento.
Madame Curie foi merecidamente agraciada com dois Prêmios Nobel:  um de física e outro prêmio Nobel de Química. Apesar  de ter sido homenageada e reverenciada por  seus feitos durante sua vida, jamais foi aceita como membro da Academia de Ciências de Paris, isso, pelo simples fato de ser mulher. Mais com tudo devemos salientar que, por ter sido tão expoente e impar, a Madame Curie, por se tratar da época e por ser do sexo oposto foi e ainda é uma grande heroína para muitas outras cientistas.

Bom, você deve estar se perguntando: como alguém pode trabalhar tanto com substancia radioativa, em situações precárias, não usar nenhum tipo de proteção radiológico e não sofrer efeitos nodosos? A resposta é simples: não se pode! Ela sofreu os danos provocados pela exposição à radiação, tanto por sua intensidade quanto pelo  tempo de exposição – lembre-se que seus efeitos ainda não eram conhecidos na época. Pierre Curie, por sua vez, teve uma morte trágica: em 1906 foi atropelado por uma carroça.
Três anos da morte de Pierre Curie, o casal foi agraciado merecidamente com o Prêmio Nobel de Física, juntamente com Becquerel. Oito anos depois, em 1911, Madame Curie receberia mais um Nobel só que o de Química, pelo isolamento do elemento rádio. Esse elemento químico viria a ser muito importante, a te hoje, n a terapia contra o câncer, por exemplo.

Dica de estudo:
Documentário sobre Marie Curie:

1.3
 Rutheford e a natureza dos
 Raios de Becquerel

Dando uma repassada no assunto Becquerel, voltemos um pouco no tempo. Diretamente 1898, na Universidade de McGill, em Montreal, no Canadá. Outro cientista, um jovem chamado Ernes Rutherford, neozelandês, tinha se encantado com o estudo da natureza dos “raios de Becquerel” e, diferentemente de Madame Curie, manteve-se em seu caminho de estudo. Visamos que a física e a química são áreas “irmãs” e de tal maneira percebemos que uma vive sem a outra.
No ano seguinte Rutherford apresentou suas idéias sobre o caráter complexo das emanações provenientes de matérias radioativos. Ele concluiu que essa emanação não era unitária, ou seja, que era constituída por pelo menos dois tipos distintos de radiação. Um tipo conseguia penetrar mais a matéria do que o outro, o que era facilmente absorvido. Em contrapartida, os dois tipos de radiação estavam sujeitos à interação magnética, ou seja, tanto um quanto o outro tipo de radiação podiam ser desviados de suas trajetórias originais quando atravessavam uma região com algum campo magnéticoos dois tipos de radiação sofriam desvios em direções opostas.
Os dois tipos de radiação acabam sendo batizados de radiação alfa e radiação beta e, hoje em dia, são conhecidos como partícula alfa e partícula beta. E foi a partir de um experimento com as partículas alfas (o espalhamento produzido na incidência de partículas alfas sobre a folha de ouro) que, por volta de 1911, Enest Rutherford sugeriu um novo modelo atômico: o modelo planetário, que será tratado mais a frente em nossos estudos (Física das Radiações: Definições e Conceitos).

Indo um pouco mais para frente dos anos, diretamente 1900, um terceiro tipo de radiação, batizado de radiação gama, foi proposto por Paul Villard. E a duvida que aparece: que diferença trazia a necessidade de propor mais um tipo de radiação? As anteriores já não eram suficientes para descrever os comportamentos distintos? Afinal, a radiação alfa possui pequeno poder de penetração na matéria, enquanto a radiação beta possui grande poder de penetração na matéria.

Você poderia se perguntar, então: não estaria a radiação gama incluída em um ou outro caso? E a resposta que obteria seria que sim. Ou seja, quando ao poder de penetração na matéria, pensando apenas de modo qualitativo, podemos dizer que a radiação gama já estaria contemplada.

Mas, você não está se esquecendo de nada? e quanto ao comportamento de interação com o campo magnético? Lembrando: tanto a radiação alfa quanto a radiação beta são desviadas de sua trajetória original quando atravessam uma região com campo magnético. E mais ao atravessarem uma mesma região magnética, a radiação alfa será desviada em um sentido, enquanto a radiação beta será desviada no sentido contrário daquele sofrido pela radiação alfa. Poderia haver outro comportamento que merecesse nota? sim! A radiação pode simplesmente não sofrer nenhum desvio!

E foi exatamente isso que Paul Villard identificou: a radiação gama sofria nenhum desvio ou deflexão ao atravessar uma região com campo magnético, e por isso era necessário classificá-la como um terceiro tipo de radiação, diferente dos dois apresentados anteriormente por Rutheford. E foi o próprio Rutheford que, mais tarde, estabeleceu que essa radiação tinha a mesma natureza dos raios-X. Esclarecendo: a radiação gama era uma onda eletromagnética, como um raio-X, mais transportava mais energia do que ele 
Desse modo, pintou-se o quadro característico das radiações estudadas a partir dos raios de Becquerel, e que, até então, eram encontradas apenas em elementos como o tório, o rádio, o urânio e o polônio, conhecido como radionuclídeo naturais

Para organizar as informações que obtivemos até  agora a respeito do comportamento das radiações, e para não embaralhar as propriedades de umas com as outras dentro da confusão cotidiana de informações que chegam às nossas mentes, torna-se útil construir uma tabela simplificada sobre tais características. 


Adicionar legenda
Lembrando ainda que os raios  Γ (gama) são mais energéticos do que os raios-X, o quê lhes confere um poder de penetração na matéria ainda maior que o poder de penetração dos raios-X.

Contudo, este quadro simplificado ainda seria enriquecido, assim como também seria modificada a tabela periódica. Como assim? Vamos explicar adiante.

1.3 A produção artificial de radionuclídeos


É fácil perceber que, com tantas propriedades de penetração na matéria, incluindo o próprio corpo humano, e materiais como chapas de filme fotográficos, a radiação se tornaria um grande instrumento de investigação para a medicina. A partir do momento em que Roentgen mostrou ao mundo a possibilidade de fazer imagens internas do corpo com os raios-X, a medicina (dentre outras áreas) atirou-se sobre essas novas possibilidade (e sobre todas as outras que estariam por vir) vorazmente.
Até meados dos anos 1930, mais precisamente até 1934, a medicina utilizava os raios-X (advindos dos tubos de raio-X, que todos nós sabemos tubo de Coolidge) e também as radiações proveniente dos radionuclídeos naturais, ou seja as radiações alfa, beta e gama "nascidas das emanações espontâneas do rádio, do tório, do polônio ou do urânio.

Com tudo a filha da madame Curie, Irene Curie, e seu marido, Frédéroc Joliot, que, em 1935, receberam o Prêmio Nobel de Química por seus feitos, conseguiram produzir artificialmente novos elementos radioativos. Uma incrível e inédita façanha, diga-se de passagem!










O que o casal Joliot-Curie fez foi usar partículas alfa, proveniente de uma fonte natural (o polônio), para bombear dois alvos distintos: alumínio e boro. O bombardeamento do alumínio deu origem ao fósforo-30, e o do boro originou-se o nitrogênio-13, transformando ambos em elementos radioativos. Em outras palavras, eles transformaram elementos comuns não radioativos (alumínio e boro) em elementos instáveis, ou seja, radioativos (fósforo-30 e nitrogênio-13).
Essa proeza vem se repetindo desde então com os mais variados materiais, o que produz uma grande variedade de radionuclídeos artificiais. A experiência vai se aproximando e tornando-se sofisticada com o passar do tempo, claro devemos levar em consideração, que, naquele momento a tecnologia era pouco desenvolvida, por tal motivos devemos tirar o chapéu para o casal Joliot-Curie. Quando cito que as experiências estão mais sofisticadas, não se trata apenas em relação aos materiais que são experimentados, mas também à fonte da radiação. A obtenção de radionuclídeos artificiais, hoje, é feita pelo bombardeamento de materiais naturalmente não radioativo por partículas que são criadas e aceleradas por máquinas.
















Se fossemos adentrar a vereda (cominho mais curto) dessas máquinas, não teria um fim próximo este passeio pela história das radiações. E ainda assim, não poderíamos deixar de citar pelo menos duas dessas maquina incríveis de produção e aceleração de partículas: cíclotron, desenvolvido por Enerst Orlando Lawrence e M. Staley Livingston, a partir de 1930 e o reator de fissão, desenvolvido durante a Segunda Guerra Mundial por Erico Fermi. Essas máquinas tiveram (e têm) grande importância para o avanço da ciência no que se diz respeito a compressão da estrutura da matéria, da criação de novos elementos, da própria radioatividade, dentre outros. Vale salientar que, atualmente, os radiocuclídeos produzidos artificialmente são utilizados nas mais diversas áreas, além da medicina diagnostica e terapêutica: na botânica (obtenção de novas plantas), na indústria (ensaios não destrutivos) na industria alimentícia (conservação de alimentos)
Entretanto, essas descobertas envolvendo as radiações e suas características, tem seu lado negativo e claramente o leitor sabe do que se trata, se trata dos efeitos biológicos sofridos pela exposição à radiação naquele período não era conhecido ou pouco se falava de tal ação desses elementos. Não eram conhecido nem a curto e muito menos a longo prazo, nem com baixas nem com altas doses de exposição. Assim a ignorância nesse campo de estudo, ainda tão novo e recente, teve reflexos negativos . A começar por Emil H. Grubbé contrutor de tubos de raios catódicos e também médico, que teve umas das mão amputada anos após a descoberta dos raios-x. Foi também o caso do Grubbé que levou o medico J.E Gilman a seguir a sugerir, em 1896, o estudo terapêutico de aplicações dos raios-x. 
A ciência das radiações, trás os seus benefícios e se pararmos para analisar hoje é uma ciência que proporciona o homem a curar inúmeras doenças e produzir diversos avanços como já citado acima ela está ramificada em diversos seguimentos, e hoje como veremos mais a frente tem inúmeros setores de estudos, como a proteção radiológica que veremos mais a frente, seguindo o fluxo da história.

Fique de olho!
Na década de 1990 existia em São Paulo um museu de ciência chamado Estação Ciência. Nele encontrava-se em exposição uma máquina antiga de raio-X, o Bétraton. Ao visitar o museu, era possível ouvir as explicações sobre o funcionamento da máquina, que acelerava partículas dentro de uma câmara de vácuo circular, utilizando um grande campo magnético. Quando o sistema atingia dada energia, as partículas batiam em uma chapa de platina, o que as freava bruscamente, produzindo os raios-X. também era possível aprender um pouquinho sobre radioproteção. O mais curioso era encontrar por lá o diretor da instituição, Enerst Wolfgang Hamburger, e ouvi-lo contar que, na época em que o raio-X se fez popular, muitas sapatarias sugeriam a seus clientes que tirassem radiografias dos pés para que pudesse ser feito o melhor sapato sob medida" Imagine só a confusão quando o mundo passou a saber que a exposição continua aos raios-X era prejudicial à saúde! saber é poder! deveras !

Uma breve história, curiosa por sinal. Entre 1917 e 1924 cerca de 800 moças trabalhavam em industrias de relógio em New Jersey, pintando mostradores e ponteiros de relógio com uma solução contendo rádio, que os tornavam luminescentes. Elas afinavam o pincel nos lábios, ingerindo, dessa forma, diariamente um pouco de rádio. Até 1950, havia registro de 41 mortes entre essas moças com destruição de ossos, câncer nos ossos.
Estes e outros fatos chamaram a atenção da comunidade científica e levaram à crença de um novo ramo de estudo da ciência: a proteção radiológica. Por sua vez, essa área ocupa-se de criar limites e regras a serem aplicados em relação ao uso das radiações, circunscrevendo-o a condições aceitáveis, no intuito de proteger os indivíduos.

Bom! chegamos ao fim deste tópico ou passeio e esperamos, que seja apenas um ponto de partida para novas perguntas, novas buscas, novos aprendizados, comentários e questionamentos e dentre outras viagens.

 1.4 Resumão
Neste capítulo fizemos uma rápida viagem a história das radiações. Nessa caminhada partiu da previsão da existência dos raios-X, feita por Helmholtz, esbarrou na anomalia descoberta por Roentgen, em uma de suas experiências com raios catódicos, e acompanhou o trajeto que o levou aos Raios-X.

Depois fizemos uma parada bem rápida para um café na casa dos Becquerel, para conhecer os trabalhos de Henri, com chapas fotográficas e sais de urânio, que levaram à idealização dos raios de Becquerel. Da natureza desses raios surgiu uma bifurcação em nosso caminho: os trabalhos do casal Curie, que desembocaram no enriquecimento da tabela periódica com elementos naturalmente radioativos (tório, polônio e rádio), em uma via, e, os trabalhos de Rutherford e Villard, em outra, que desaguaram na compreensão da complexidade da radiação como sendo descrita por partículas alfa e beta, e os raios gama, sugerido por Paul Villard.

Por fim visitamos o casal Joliot-Curie e encontramos um novo mundo de radionuclídeos artificias, E vimos em seguida ao longe Fermi, Livingston e Lawrence, com suas máquinas, e conhecemos tragédia que nos levaram à clareza da necessidade da radioproteção. 


Atividade logo abaixo!

Agora é com você!

algumas questões que você deverá baixar para o seu word e colocar, em pratica, seu desenvolvimento posto até aqui. Boa sorte! 

1) Pesquise sobre a evolução do modelo atômico e a importância das partículas alfa no entendimento da estrutura da matéria. Anote as informações obtidas em seu caderno.
Uma pista: Converse alguns segundos com o metre Ernest Rutherford.

2) Pesquise as diferenças existentes entre fluorescência, fosforescência e luminescência de materiais e descreva-as brevemente em seu caderno.

3) Qual foi a anomalia ("a coisa muito estranha") observada por Roentgen, que levou ao descobrimento dos raios-X?

4) De modo simplificado, quais foram as principais contribuições de Marie Curie para ciência de sua época?

5) Ao estudar a natureza dos raios de Becquerel, Runtherford chegou a qual conclusão?

6) Em 1900, Paul Villard propôs outro tipo de radiação (a radiação gama), que emanava os raios de Becquerel. Como essa radiação se diferenciava das outras duas (alfa e beta)?

Boa sorte. 

Continuação do conteúdo no próximo tópico: Definições e Conceitos das Radiações.  














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